A época do Carnaval traz consigo a alegria das festividades, mas também a necessidade de precaução com a saúde, especialmente no que diz respeito à propagação da mononucleose, conhecida popularmente como a Doença do Beijo. Este vírus pode se disseminar facilmente em ambientes de aglomeração, como nos blocos de folia, através do contato com fluidos corporais, principalmente saliva, como o beijo.
Para evitar complicações após as festividades, é possível adotar medidas preventivas. Conversamos com o Dr. Fernando de Oliveira, infectologista e coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do São Luiz Morumbi, que nos forneceu orientações úteis sobre o assunto.
A mononucleose é uma doença contagiosa causada principalmente pelo vírus Epstein-Barr, e outros como citomegalovírus e toxoplasmose, afetando principalmente adolescentes e adultos jovens entre 15 e 25 anos. Os sintomas incluem fraqueza, cansaço, febre, dor de garganta, placas na garganta, dores no corpo e dor de cabeça. A detecção inicial pode ser difícil, mas a presença de caroços no pescoço e manchas no corpo podem indicar a doença.
Embora a maioria se recupere completamente, complicações graves podem surgir, como inflamação do baço e/ou fígado, problemas hematológicos e, raramente, ruptura do baço, inflamações cardíacas e comprometimento neurológico.
O diagnóstico requer atendimento médico. O tratamento geralmente envolve repouso, hidratação, analgésicos para alívio da dor e febre, e, em alguns casos, corticoides para reduzir a inflamação. É fundamental seguir as orientações médicas e evitar o contato próximo com outras pessoas para evitar a propagação do vírus.
A prevenção da doença do beijo envolve evitar o contato com pessoas contaminadas, compartilhamento de bebidas, alimentos e itens pessoais, além de manter uma boa higiene das mãos. Cuidados gerais com a saúde, como hidratação, alimentação saudável, moderação no consumo de álcool e descanso, fortalecem o sistema imunológico e ajudam na prevenção de doenças.
Durante o Carnaval, também é importante estar atento às infecções sexualmente transmissíveis (IST). Medidas preventivas incluem testagem periódica para HIV, sífilis, hepatites virais e outras ISTs, vacinação contra hepatites virais e uso de preservativos (masculinos e femininos). O tratamento preventivo de pré-exposição ao vírus do HIV, combinado com o uso de preservativos, também é uma opção, mas é essencial buscar atendimento médico em caso de exposição de risco para iniciar o protocolo de prevenção dentro de 72 horas.
Fonte: Só Notícia B
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